domingo, 23 de março de 2014

Considerações sobre a Marcha da Família

Bom, domingão à noite... já posso dar minha opinião - que não vale lá muita coisa - sobre a malfadada Marcha da Família, a partir do prisma do olhar de um liberal.

Pelas imagens que foram veiculadas, pareceu-me um movimento bem heterogêneo: octogenários, aposentados e senhorinhas dividiam espaço com gente da cabeça raspada, gente usando indumentária militar e coisa do gênero. Um verdadeiro caldeirão do inferno.

Ninguém que quer diminuir o poder do estado marcha clamando para dar mais poder ao estado. Não se discute que essa turma que quer a intervenção militar tem o direito de se manifestar, mas eu os considero tão coletivistas e "revolucionários" quanto qualquer black bloc esquerdista, lulista, bolivarista e tutti quanti.

Os militares impediram que se instalasse no país uma ditadura comunista e esse foi o seu maior mérito. O mundo estava em plena Guerra Fria, bipolarizado, e o Brasil ou iria pender para um lado ou para o outro. Entre as duas opções existentes, pender para o lado dos EUA era sem dúvida a que melhor se apresentava. Vejamos Cuba hoje: um grande cadeião ao céu aberto. O Brasil talvez estivesse pior.

Por outro lado, é evidente que os militares abusaram do seu poder, pois o abuso de poder ocorre naturalmente quando existe CONCENTRAÇÃO DE PODER. Por isso eles obviamente torturaram, mataram, censuraram etc., etc., etc., mas não todos! Obviamente a maioria dos militares eram pessoas do bem. Os psicopatas são apenas 4% da população, e essa estatística também se aplica às forças armadas.

Mas para um liberal, o punctum saliens da discussão encontra-se no plano político-econômico. Os militares não foram muito diferentes do que hoje são os petistas. Eles criaram centenas de empresas estatais, fecharam o mercado, controlaram preços, centralizaram o poder, eram estatólatras, dirigistas econômicos, intervencionistas e levaram décadas para largar o osso.

Todas essas características são idênticas ao que ocorre ou ocorreu em alguns países que conhecemos, como URSS, Cuba, China, Venezuela, Coréia do Norte, Camboja, Vietnã, etc.

O regime militar brasileiro não teve absolutamente nenhuma característica "de direita", ou seja, pró-capitalista, liberal ou filosoficamente individualista.

Dar o poder absoluto a um grupo sob o pretexto de tirar o poder de outro grupo é a definição perfeita da tal mentalidade "revolucionária", que tanto sangue derramou com as melhores intenções. Foi exatamente o que os bolcheviques fizeram na Rússia e Fidel fez em Cuba.

A única marcha possível é pela liberdade e não será concentrando o poder nas mãos de um grupo, seja militar ou um partido, seja na marra ou via eleições, que conseguiremos isso.

sábado, 22 de março de 2014

A suscitação de dúvida no registro de imóveis

O conhecimento só tem valor se for compartilhado.

Segue abaixo o link da monografia por mim apresentada à Faculdade Arthur Thomas, em Londrina/PR, para a obtenção do meu título de Especialista em Direito Notarial e Registral. O trabalho foi aprovado com o conceito "A", em 14 de novembro de 2013.

http://pt.slideshare.net/phelipesalim/a-suscitao-de-dvida-no-registro-de-imveis-phelipe-de-monclayr

segunda-feira, 3 de março de 2014

PSDB e PT: a estratégia das tesouras de Lênin.

É impressionante a estratégia das tesouras, criada por Lênin e amplamente adotada pela esquerda brasileira. No Brasil, a "direita neoliberal" é representada pela figura de um partido social democrata, o PSDB, o que, em última análise, prova que não temos uma direita, mas uma espécie de "direita da esquerda", um espantalho, um fantoche da própria esquerda. Na antiga URSS, também dois partidos como o PT e o PSDB disputavam as eleições, sendo essa a forma que os sovietes encontraram para se eternizar no poder: criar a sua própria "direita". Não existia divergência ideológica entre esses partidos, apenas divergências administrativas. Em países assim, como Rússia, Cuba etc., as eleições são de mentirinha e o que existe, na verdade, é um partido único e alguns partidos satélites. Entre nós, o que impera é apenas o neo-mercantilismo, uma espécie de capitalismo de estado, pautado em uma política econômica keynesiana e voltada para proteger uma determinada casta de amigos do rei. Nunca existiu na nossa História uma direita genuína, uma direita que aplicasse os valores da liberdade, do livre comércio e da livre iniciativa. O que sempre tivemos foi a mão de ferro do estado intervindo na economia - inclusive, em todos os regimes militares, desde Getúlio Vargas, isso foi uma realidade incontestável. O Brasil sempre foi um Estado intervencionista e nunca houve liberalismo econômico, sendo essa a razão do seu atraso em relação aos países onde realmente existe uma direita liberal: EUA, Austrália, Nova Zelândia, Suíça, Japão, Canadá etc., nos quais o índice de liberdade econômica é altíssimo. Pois bem... mas por que o desabafo? Bom, eu explico: hoje é dia 02/03/2014, domingo de carnaval, a maioria das pessoas tirou o dia para pular e eu, como sempre, acordei e fui ler as notícias dos jornais. Ao fazer isso, eu me deparei com uma matéria escrita por FERNANDO HENRIQUE CARDOSO no Estadão, que me fez sentir vontade de sair definitivamente do país (link abaixo). Em seu artigo, FHC declara o seu alinhamento ideológico com o Estado autoritário de Maduro na Venezuela, classificando como "antidemocráticas" as manifestações do povo venezuelano. E, ainda que não bastasse, critica o governo brasileiro por apoiar timidamente o regime venezuelano, fazendo apenas a ressalva de que o PT deveria agir com mais "diplomacia" - melhor dizendo: com vaselina -, no que se refere às violações aos direitos humanos cometidas por Maduro. Ao que parece, a esquerda brasileira aplica na prática, direitinho, a estratégia das tesouras ensinada por Lênin. Quanto àqueles inocentes que realmente creem que o PSDB é de direita, só me resta lamentar, pois lhes falta o necessário discernimento para entender o cenário político de um país que nunca em sua História viveu o fenômeno do livre comércio e do capitalismo. <http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,diplomacia-inerte,1136383,0.htm>